Santa Marta, Tagangas e o Parque Nacional Tyrona

A viagem de retirada da Venezuela foi directa de Coro até à fronteira com apenas uma paragem obrigatória em Maracaibo para trocar de veiculo. Àquela hora já não havia autocarro até à Colômbia pelo que tivemos que improvisar outro meio de transporte, por sua vez, muito mais “estiloso”!
Na fronteira, onde de longe o maior tráfego é de camiões cisternas, a nossa passagem foi rápida e os nossos passaportes foram carimbados com a maior das tranquilidades.

Já em Maicao, na primeira paragem na Colômbia, os nossos objectivos eram claros: (a) arranjar um multibanco que nos desse dinheiro; e (b) apanhar um autocarro para o parque Tyrona. O autocarro foi no momento, o multibanco foi mais complicado que o previsto.
Confiantes de conseguir obter dinheiro nalguma pequena vila espalhada ao longo do parque nacional Tyrona a nossa primeira (e única) tentativa foi na vila de Palomino. Após algum tempo apercebemos-nos da impossibilidade de levantarmos dinheiro e, dado o dia estar a escurecer, fomos levados nessa mesma noite a dormir na simpática cidade costeira de Santa Marta. Aqui passeámos pela arranjada marginal, pelas ruas e praças cercadas de prédios coloniais e, mais relevante, aqui vimos a vitória de Portugal contra a Republica Checa e começamos a sonhar com a final no euro2012. Apesar de Santa Marta ter-nos recebido muito bem, havia que avançar e tomar uma decisão para onde ir.

Como a ideia de “voltar para trás” para visitar o Parque Tyrona nos pareceu naquela altura cansativa, optámos nos restantes dias descansar na vila balnear de Tagangas. Deu para descansar na praia, beber um pouco nos bares espalhados e, não fossem algumas narinas entupidas por alegada gripe, ainda tínhamos feito o nosso primeiro mergulho no mar das caraíbas.

Deu para quase tudo, e com praia feita e roupa lavada, Cartagena aguarda-nos!!

Parque Nacional Médanos de Coro, Coro.

A passagem na cidade de Coro tinha que ser breve pois pelas nossas previsões todos os Bolivares Venezuelanos que conseguimos comprar em Chichiriviche (ao melhor câmbio de 9.0 por 1 us dolar) só nos permitiam aguentar por mais 2 dias. Aproveitamos para visitar a cidade colonial de Coro, património mundial pela Unesco e o parque nacional Medanos de Coro, mais uma das maravilhas da Venezuela. O último dia foi passado na vila de Adícora, na praia ventosa na meca do kitesurf.

A experiência na Venezuela estava a acabar. Devido ao nosso desconhecimento sobre o custo de vida na Venezuela e ao problema associado ao câmbio de dólares não tivemos a oportunidade de visitar nenhuma das grandes cidades, nomeadamente Mérida ou Caracas. Com tudo, e apesar de termos sentido um pouco da insegurança do povo venezuelano, esta nossa experiência foi tranquila, muito agradável e super gratificante. A Venezuela poderá merecer um retorno, mas não sem antes resolver os seus problemas.

 

P.S.: E sim, a gasolina é mais barata, aliás, muito mais barata que a água potável. 1 depósito de 40 litros custa 18 Bolivares Venezuelanos, ou seja, 1 litro de gasolina está ao insuportável preço de… 0,05$usd.

Parque Nacional Morrocoy, Chichiriviche

Como estávamos a ficar sem dólares tínhamos que antecipar a nossa ida para a Colômbia e, por isso, das quatro restantes localidades que queríamos visitar seleccionamos duas.

Para visitar o parque nacional Morrocoy, ou “nos quedamos” na vila de Tucanas ou em Chichiriviche. De Tucanas não gostámos, pois era apenas uma extensa recta de comércio e caótica até chegar á praia, de Chichiriviche, apesar de a vila não ser muito melhor, sempre nos pareceu mais tranquila e, acima de tudo, tem uma dezena de imigrantes portugueses (essencial para o apoio na vitória de Portugal contra a Holanda no euro2012).

Durante os 3 dias que nos hospedamos na casa do Sr. Aurélio, a nossa rotina foi regrada:

– tomar o pequeno almoço na padaria do Sr. Manuel; ir para uma das ilhas do Parque Nacional Morrocoy; na praia esperar que o Sr. Ramon passasse com a lagosta do dia; e à noite dar o passeio no mercadillo de artesãos com um cocktail de rum numa mão e uma hamburguesa na outra.

A rotina só foi abalada no último dia quando no início da tarde trocamos a praia de areia branca pelo jogo de Portugal. A Holanda perdeu e no restaurante todos festejamos a passagem da Selecção aos quartos de finais do euro2012.

Chichiriviche cumpriu com os objectivos superando as expectativas, faltava agora uma última paragem antes de entrarmos na Colômbia.