Belém e o Rio Amazonas

A cidade de Belém foi o nosso ponto de partida para a viagem até à floresta Amazónia. Pouco tínhamos planeado fazer nesta grande cidade que não envolvesse os preparativos para os dias no barco que nos iria levar até Manaus. Assim, na mesma manhã que o nosso autocarro chegou de São Luís, nós arranjamos alojamento, comprámos os bilhetes de barco e orientámos uma rede para dormir (oferta de umas viajantes argentinas). Agora só tínhamos que esperar 2 dias até o barco partir e, sendo Belém a capital do estado do Pará, não faltaram mercados, esplanadas, jardins, museus, prédios coloniais e lojas de “atacado” para nos manterem entretidos. De Belém destacamos a “cachaça” mais forte que já provámos (e que não recomendamos!)

O Rio Amazonas não precisa de apresentação e, de um modo ou de outro, todos ouvimos falar dele e da floresta que atravessa. Para muitos o que atraí são as paisagens únicas e para outros é a biodiversidade que alberga. Para nós, além disto, era também o dia-a-dia das populações que dependem directamente do maior rio do mundo. Posto isto, decidimos conhecer a “etapa final” do rio amazonas, de Belém a Manaus, navegando no ferry local durante 6 dias ininterruptos. É de longe uma experiência única mas, em grande parte do tempo, também repetitiva e, mais para os passageiros económicos, desconfortável. Para nós foi um pouco diferente. Tivemos a sorte de termos reclamado, junto da proprietária do barco, que tínhamos sido enganados na compra do nosso bilhete. Por surpresa nossa fomos compensados com um camarote com casa de banho privada, ar-condicionado e frigorífico. A viagem, que supostamente iria ser feita a dormir ao relento, em rede, junto com mais de quatro centenas de brasileiros e com o mínimo de necessidades básicas possíveis, foi feita com todos os confortos existentes. Os nossos dias no barco eram passados a apreciar as paisagens que o rio amazonas nos proporcionava, a ler livros, beber cerveja fresquinha e descansar no nosso quarto com ar condicionado :)

Durante o percurso de 1650km, desde o oceano atlântico até à capital do estado da Amazona, visitámos as vilas de Almeirim, Monte Alegre, Óbitos, Santarém, Silves e outras com nomes menos portugueses.